O Papel da Medicina Tradicional Chinesa no Século XXI

Milenar em sua origem, mas cada vez mais atual, a Medicina Tradicional Chinesa (MTC) segue ganhando espaço no mundo moderno. Baseada no equilíbrio do yin e yang, na energia vital (qi) e na harmonia entre corpo e mente, a MTC oferece um olhar único sobre saúde e bem-estar.
Com raízes que remontam a mais de dois mil anos, essa medicina inclui práticas como acupuntura, fitoterapia, ventosaterapia, massagens terapêuticas e exercícios corporais como qigong e tai chi chuan. Antes vistas com ceticismo no Ocidente, essas técnicas hoje integram o cuidado em clínicas e hospitais.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, a MTC é reconhecida como abordagem complementar eficaz no tratamento de dores crônicas, ansiedade, insônia e outros transtornos. No Brasil, a prática foi incorporada ao SUS por meio da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC).
“A acupuntura tem sido aliada no controle da dor e da ansiedade. Muitos pacientes que não respondem bem à medicina convencional encontram na MTC uma alternativa eficaz”, afirma a médica e acupunturista Fernanda Zhao, especialista em práticas integrativas.
Na China atual, a medicina tradicional atua lado a lado com a ocidental. Hospitais oferecem atendimento com base nos dois sistemas, buscando o melhor de cada abordagem. Durante a pandemia de Covid-19, o governo chinês usou protocolos combinados para tratar pacientes, com resultados considerados positivos.
Apesar da valorização crescente, há desafios. A necessidade de mais estudos científicos, a regulação da prática e a formação de profissionais capacitados são temas em pauta. O uso de algumas substâncias também levanta questões sobre sustentabilidade e ética.
“É essencial entender que a MTC não substitui a medicina ocidental, mas a complementa. Ela busca tratar a causa, não apenas os sintomas”, explica Zhao.
Com foco no bem-estar integral e na prevenção, a MTC encontra no século XXI um novo espaço — unindo tradição e inovação em favor da saúde.