China Verde: Como o Gigante Asiático Lidera a Transição para Energias Renováveis

Conhecida por suas megacidades poluídas e pelo título de maior emissora de gases de efeito estufa do mundo, a China agora quer mudar de imagem — e vem se posicionando como protagonista na corrida global por energias limpas. Em um mundo que busca soluções urgentes para a crise climática, o gigante asiático está investindo pesado em fontes renováveis e redesenhando seu modelo energético.
Nos últimos anos, a China se tornou líder global na produção e instalação de painéis solares, turbinas eólicas e veículos elétricos. Em 2023, o país foi responsável por mais da metade da capacidade instalada de energia solar no planeta. Províncias como Qinghai e Gansu abrigam gigantescos campos solares visíveis até do espaço, enquanto os ventos da Mongólia Interior movimentam turbinas que abastecem milhões de lares.
A estratégia é parte do compromisso anunciado pelo presidente Xi Jinping de atingir o pico das emissões de carbono até 2030 e a neutralidade climática até 2060. Para isso, o governo tem mobilizado estatais, subsídios, tecnologia e até diplomacia energética.
Além das fontes renováveis, a China investe em infraestrutura de armazenamento de energia, redes inteligentes e transporte limpo. Shenzhen, por exemplo, foi a primeira grande cidade do mundo a substituir toda a frota de ônibus e táxis por modelos elétricos.
“O país entendeu que investir em energia limpa não é apenas uma questão ambiental, mas estratégica: garante segurança energética, fortalece a indústria nacional e melhora a imagem internacional”, explica o analista de políticas climáticas Rafael Wu.
Mas a transição não é isenta de contradições. A China ainda constrói novas usinas a carvão, especialmente para garantir o abastecimento em momentos de pico. Além disso, grandes projetos de hidrelétricas e energia solar afetam ecossistemas e populações locais.
Apesar dos desafios, a escala dos investimentos verdes é impressionante. Em 2023, cerca de US$ 550 bilhões foram direcionados a tecnologias limpas, superando o dobro do montante aplicado pelos Estados Unidos no mesmo período.
A liderança chinesa na transição energética também se reflete nas exportações: empresas chinesas dominam o mercado mundial de painéis solares e baterias de lítio, influenciando até políticas ambientais de outros países.
Em um cenário de urgência climática, a China tenta mostrar que, mesmo sendo parte do problema, também pode ser parte essencial da solução. Se o século XXI for, como muitos acreditam, o século da energia limpa, o caminho verde parece cada vez mais pavimentado com tecnologia, estratégia — e selo “Made in China”.
*Reportagem produzida com auxílio de IA
Publicada por Aisha Cohen