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Startups brasileiras lideram iniciativas de recuperação ambiental e atraem investimentos no mercado de carbono

O avanço do mercado de carbono e o crescente compromisso com práticas sustentáveis têm impulsionado uma nova geração de startups brasileiras voltadas ao reflorestamento e à restauração ambiental. Empresas como a re.green, que recentemente obteve um financiamento de R$ 80 milhões do BNDES e do Bradesco, são exemplos de como inovação, tecnologia e impacto socioambiental vêm caminhando lado a lado no país.

Fundada com o objetivo de recuperar áreas degradadas da Mata Atlântica e da Amazônia, a re.green atua de forma integrada, combinando reflorestamento nativo em larga escala com geração de créditos de carbono. Esses créditos são comercializados com empresas que buscam neutralizar suas emissões, promovendo uma nova economia baseada na conservação e na regeneração ambiental.

“O Brasil possui um dos maiores potenciais de restauração florestal do mundo, e as startups têm papel fundamental nesse processo”, afirma Pedro Lira, especialista em políticas ambientais e consultor de inovação verde. Segundo ele, os modelos de negócio dessas empresas vão além do lucro: visam transformar o uso da terra e gerar empregos verdes.

Um mercado em expansão

O mercado de carbono tem crescido de forma consistente, impulsionado por acordos internacionais como o Acordo de Paris e a crescente pressão de consumidores e investidores por responsabilidade ambiental. No Brasil, o setor ganhou fôlego com o avanço da regulamentação do mercado voluntário e a criação do Fundo Clima, iniciativa do BNDES que já investiu mais de R$ 1 bilhão em projetos sustentáveis.

Startups que atuam no setor vêm se beneficiando não apenas do financiamento público, mas também do interesse de fundos privados e internacionais. A inovação tecnológica tem sido um diferencial: uso de imagens de satélite, inteligência artificial e blockchain para monitorar áreas reflorestadas e garantir a rastreabilidade dos créditos de carbono tem se tornado padrão nesse novo ecossistema de negócios verdes.

Desafios e oportunidades

Apesar do otimismo, especialistas alertam para os desafios da escala e da regulamentação. “É fundamental garantir a integridade ambiental dos projetos e estabelecer critérios rigorosos para a emissão dos créditos”, diz Lira. A padronização de metodologias e a fiscalização das áreas reflorestadas são vistas como etapas cruciais para consolidar a confiança do mercado.

Ainda assim, o cenário é promissor. A combinação de recursos naturais abundantes, novas tecnologias e uma crescente consciência ambiental coloca o Brasil na linha de frente da economia regenerativa. E as startups, com sua agilidade e foco em inovação, têm tudo para liderar essa transformação.