A Voz do Povo

O mês de abril chegou, e com ele, mais uma importante oportunidade de reflexão: abril é o Mês da Conscientização do Autismo. No dia 2 de abril, celebra-se o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, data criada pela ONU para dar visibilidade às pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e estimular a construção de uma sociedade mais inclusiva, justa e acolhedora.

Mas será que, de fato, temos nos conscientizado? Será que as ações de abril têm provocado transformações reais nas escolas, nas empresas, nos serviços de saúde e na convivência do dia a dia?

Mais do que vestir azul ou compartilhar frases prontas nas redes sociais, o momento exige atitude e compromisso. É preciso olhar para o autismo com mais empatia, menos julgamento e, acima de tudo, com disposição para aprender.

Uma realidade que pede escuta

As pessoas autistas enfrentam muitos desafios que grande parte da sociedade ainda desconhece: barreiras na comunicação, dificuldades sensoriais, falta de compreensão nos ambientes escolares e profissionais, entre tantos outros. Para as famílias, a caminhada é longa e, muitas vezes, solitária — marcada por diagnósticos tardios, filas para terapias, preconceito e falta de apoio.

A maioria das famílias não quer pena. Quer respeito. Quer acolhimento. Quer, principalmente, o direito de viver com dignidade. Isso começa por reconhecer que o autismo não é uma doença. É uma condição neurológica, que acompanha o indivíduo ao longo da vida, e que exige respeito às diferenças e adaptações no convívio.

Informação muda o mundo

É por isso que o Abril Azul é tão importante. Ele nos lembra que informação salva, acolhe e transforma. Quanto mais soubermos sobre o TEA, menos espaço haverá para o preconceito. O conhecimento abre portas, derruba muros e cria pontes — entre o mundo das pessoas neurotípicas e das pessoas neurodivergentes.

Mas é preciso agir o ano inteiro. A causa do autismo não pode ser lembrada apenas em abril. Ela precisa estar na pauta das escolas, dos consultórios, das empresas, das mídias e dos governos em todos os meses do ano.

Um convite à mudança

Neste mês — e em todos os outros —, o nosso convite é claro: ouça mais, julgue menos. Inclua, compreenda, acolha. Se você é pai, educador, gestor, comerciante ou cidadão comum, saiba que você também tem um papel fundamental na construção de um mundo mais acessível para todos.

Porque a verdadeira conscientização não está nos discursos bonitos, mas nas atitudes diárias, no modo como tratamos o outro e no esforço que fazemos para entender quem é diferente de nós.

Que o Abril Azul acenda mais do que luzes: que acenda consciência.