América Latina Avança em Inteligência Artificial, Mas Desigualdades Estruturais Persistem.
A América Latina está dando passos significativos na adoção da Inteligência Artificial (IA), mas o avanço ocorre de forma desigual entre os países da região. De acordo com o Relatório Latino-Americano de Inteligência Artificial (ILIA 2025), divulgado recentemente, o continente mostra progresso em áreas como educação, saúde e agricultura, impulsionado por startups locais e investimentos internacionais. No entanto, ainda enfrenta desafios estruturais que dificultam a consolidação de um ecossistema tecnológico robusto.
O documento aponta que países como Brasil, México, Chile e Colômbia lideram a implementação de políticas públicas voltadas à IA, enquanto outras nações ainda carecem de infraestrutura digital e incentivos governamentais. A ausência de investimentos consistentes em pesquisa e desenvolvimento agrava o cenário, limitando a competitividade global da região.
Outro ponto crítico destacado pelo ILIA 2025 é a escassez de profissionais qualificados. Embora o interesse por cursos e capacitações na área tenha crescido, a demanda por especialistas em IA, ciência de dados e aprendizado de máquina supera amplamente a oferta. Essa lacuna de talentos tem levado muitas empresas a depender de soluções estrangeiras, ampliando a dependência tecnológica de países desenvolvidos.
Além disso, a falta de marcos regulatórios claros e políticas éticas para o uso de IA preocupa especialistas. Enquanto a União Europeia avança com legislações rigorosas, boa parte dos países latino-americanos ainda discute diretrizes básicas sobre privacidade, transparência e responsabilidade algorítmica. Isso cria incertezas jurídicas e pode dificultar parcerias internacionais.
Apesar das dificuldades, o relatório destaca sinais de otimismo. O aumento de hubs de inovação, incubadoras de startups e parcerias entre universidades e o setor privado tem impulsionado projetos promissores. No Brasil, por exemplo, iniciativas voltadas à IA agrícola e à gestão pública inteligente já começam a mostrar resultados concretos, melhorando a produtividade e a eficiência em serviços públicos.
Para os especialistas, o futuro da IA na América Latina dependerá da capacidade dos governos e da iniciativa privada em reduzir as desigualdades estruturais, investir em capacitação profissional e promover regulações equilibradas. Somente assim a região poderá transformar o potencial tecnológico em crescimento sustentável e inclusivo.
*Reportagem produzida com auxílio de IA
Publicada por Fernando Borges I.A
