Autismo: Um Transtorno ou Apenas uma ‘Moda’ Passageira?

Nos últimos anos, o autismo tem ganhado cada vez mais visibilidade na sociedade. No entanto, surge uma questão preocupante: estaria o Transtorno do Espectro Autista (TEA) sendo tratado como uma simples tendência ou status social?
A Compreensão Real do Autismo
Muitas pessoas ainda desconhecem a complexidade do autismo. Viver com uma pessoa autista requer compreensão, paciência e adaptação constante. Diferente do que alguns imaginam, o autismo não se resume a habilidades extraordinárias ou a altos QIs. Embora existam autistas com capacidades cognitivas excepcionais, a realidade para muitos é bem diferente, com desafios diários na comunicação, interação social e regulação emocional.
O Perigo da Superestimação
Nos últimos anos, o autismo tem sido amplamente discutido, muitas vezes de forma romantizada. Em redes sociais e na mídia, autistas são retratados como gênios ou artistas talentosos, o que pode gerar uma percepção distorcida sobre a realidade do espectro autista. Quando uma pessoa autista demonstra dificuldades emocionais, crises ou comportamento agressivo, o mesmo entusiasmo social desaparece. Isso revela um problema maior: a sociedade valoriza apenas a imagem idealizada do autismo e ignora os desafios enfrentados por grande parte dessa população.
Autismo Não é Status
Há um erro comum em associar o TEA a um status especial, enaltecendo apenas casos de grande sucesso. Essa visão seletiva ignora o fato de que muitos autistas enfrentam dificuldades sérias, como sensibilidade extrema a estímulos, dificuldades de socialização e barreiras no mercado de trabalho. O peso das expectativas também recai sobre as famílias, que precisam lidar com cobranças sociais e desafios cotidianos, muitas vezes sem o suporte necessário.
Respeito e Compreensão
O autismo não é uma tendência passageira, mas uma condição neurológica que requer respeito e compreensão. O verdadeiro caminho para a inclusão está na educação e no apoio adequado às pessoas autistas, garantindo que suas necessidades sejam atendidas de forma digna e respeitosa, sem estereótipos ou distorções midiáticas.
Não existe moda em ser autista. O que deve existir é empatia, suporte e um compromisso real com a inclusão.