A Voz do Povo

A cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, acusada de pichar com batom a estátua da Justiça em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) durante os atos de 8 de Janeiro, foi libertada na noite da última sexta-feira (8). Detida desde março de 2023, em Rio Claro (SP), ela cumpria prisão preventiva por envolvimento na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes.

A decisão do STF converteu sua prisão preventiva em domiciliar, impondo o uso de tornozeleira eletrônica e outras medidas cautelares. Entre elas, estão a proibição de utilizar redes sociais, manter contato com outros envolvidos nos crimes, conceder entrevistas sem autorização judicial e receber visitas, exceto de seus advogados.

De acordo com a Secretaria da Administração Penitenciária de São Paulo, a liberação de Débora ocorreu às 20h de sexta-feira, após o cumprimento do alvará expedido pelo ministro Alexandre de Moraes. A defesa da acusada havia solicitado sua soltura, argumentando que ela já havia cumprido quase 25% da pena possivelmente atribuída ao caso.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestou contra a liberdade total de Débora, mas sugeriu a prisão domiciliar diante de dois fatores: o encerramento das investigações da Polícia Federal e o fato de a acusada ser mãe de crianças menores de 12 anos.

Durante depoimento à Justiça, Débora admitiu que sua atitude foi “ilegal”, reconhecendo que “feriu” o Estado Democrático de Direito e pediu desculpas pelo ocorrido.

Possível candidatura

O Partido Liberal (PL) está cogitando lançar Débora como candidata a parlamentar nas eleições de 2026. Segundo o líder da sigla na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcanti (AL), essa possibilidade é “muito forte”. Para ele, a cabeleireira pode representar a “luta pela liberdade de expressão”.

No entanto, sua eventual candidatura dependerá do desenrolar do processo no STF. Caso seja condenada, ela poderá ser enquadrada na Lei da Ficha Limpa e ficar impossibilitada de disputar cargos eletivos.