A Voz do Povo

Jornal da Família Paulinense
O Soft Power Chinês Como a China Usa Cultura, Esporte e Diplomacia para Ganhar Influência Global

Enquanto o mundo observa a ascensão econômica e tecnológica da China, outro movimento — mais sutil, porém estratégico — vem ganhando força: o uso do soft power para ampliar sua influência global. Por meio da cultura, do esporte, da educação e da diplomacia, o país constrói uma narrativa positiva sobre si mesmo, buscando cativar corações e mentes além de suas fronteiras.

O termo soft power, cunhado pelo cientista político Joseph Nye, refere-se à capacidade de um país influenciar os outros não pela força ou imposição, mas pela atração cultural, ideológica e institucional. E é justamente essa abordagem que a China vem intensificando nas últimas décadas.

Na frente cultural, os Institutos Confúcio, presentes em mais de 160 países, ensinam mandarim e promovem atividades ligadas à arte, gastronomia e filosofia chinesa. Para Pequim, esses centros funcionam como pontes entre civilizações — embora também gerem controvérsias em algumas regiões, sob acusações de censura e influência política.

O cinema e as séries televisivas também são ferramentas de alcance. Produções chinesas vêm ganhando espaço em festivais internacionais e plataformas de streaming, promovendo uma imagem moderna e sofisticada do país. Além disso, o governo tem investido em campanhas de marketing global, reforçando valores como respeito à tradição, cooperação e desenvolvimento comum.

No campo esportivo, a estratégia é clara. A China busca sediar grandes eventos — como os Jogos Olímpicos de Pequim em 2008 e 2022 — e investir em clubes, atletas e federações ao redor do mundo. O futebol, por exemplo, tornou-se uma prioridade, com atletas estrangeiros contratados para atuar no país e empresas chinesas patrocinando clubes europeus.

Já na diplomacia, o país promove o conceito de “comunidade de destino compartilhado”, com foco especial na África, América Latina e Ásia. A chamada Nova Rota da Seda é mais que um projeto de infraestrutura — é também um projeto de influência. Universidades chinesas oferecem bolsas para estudantes estrangeiros, enquanto líderes de países parceiros são recebidos com pompa em Pequim.

Mas o avanço do soft power chinês também encontra resistências. O modelo autoritário de governo, denúncias de violações de direitos humanos e tensões geopolíticas, especialmente com os Estados Unidos, criam obstáculos à aceitação plena dessa imagem idealizada. Ainda assim, a estratégia chinesa se sustenta na paciência histórica e na consistência de investimentos em longo prazo.

“A China entende que poder é mais do que tanques e tarifas. É também sobre quem conta a história mais atraente”, resume a analista internacional Meilin Zhang.

No século XXI, enquanto as superpotências disputam espaço em arenas visíveis, a China aposta também nas entrelinhas — com música, esportes, universidades, roteiros de cinema e aulas de mandarim. Um jogo de influência silencioso, mas poderoso.

*Reportagem produzida com auxílio de IA
Publicada por Aisha Cohen

Autor

  • Aisha Cohen é jornalista, apaixonada por viagens e por descobrir novas culturas. Tem especial interesse pela cultura chinesa, que considera uma fonte inesgotável de sabedoria e inspiração. Em suas matérias, busca conectar tradição e atualidade, explorando o mundo com olhar curioso e sensível.

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